MAIO, O MÊS DA MASTURBAÇÃO

30/04/2024 às 14:28:33 (há 6 meses)
Saúde

Desde 1995, o mês de maio é relacionado ao mês da masturbação, do autoprazer, em homenagem a médica Joycelyn Elders, a primeira secretária de saúde negra dos EUA.

Ela foi demitida em dezembro de 1994 pelo presidente na época Bill Clinton, após defender a inclusão da masturbação na educação sexual escolar. Ironia ou não, ele
“conservador” envolvido em escândalo sexual à época, não concordou com a médica.

Para ir contra esse conservadorismo, a sexóloga Carol Queen organizou o evento.

Masturbate – A – Thon, onde foi então instituída a data do mês da masturbação.

A data não é oficial no Brasil, mas isso não nos impede de falar sobre ela e o tema central.
 

Defensora sim, da masturbação, com muito orgulho!

Joycelyn escancarou um grande tabu que atualmente na pandemia vem sendo discutido.

Com a pandemia, a masturbação foi incentivada e recomendada por organizações médicas e governamentais, uma vez que em tese as pessoas deveriam estar isoladas e evitando encontros.

Eu defendo e sempre defendi a masturbação mesmo antes de trabalhar com sexualidade, por entender que ela faz parte de um processo de desejo e descoberta natural do nosso próprio corpo.

Eu sempre fui a “mente poluída” do meu grupo de amigas, pois sempre falava claramente sobre o assunto e sobre questões da sexualidade (será que já era um sinal? rs).

A masturbação é excelente para o auto prazer e principalmente para nos conectarmos com nosso corpo e aprender sobre ele.
 

A masturbação é algo natural, comum e universal.

Homens e mulheres se masturbam, e geralmente os homens são maioria na prática, afinal já sabemos de toda a dinâmica do tabu em relação ao prazer e corpo feminino e toda a negligência sobre a sexualidade feminina.

Há registros desde a Grécia antiga e Egito da masturbação em pinturas e esculturas.

O que sabemos é que quanto mais o sexo foi associado a reprodução e matrimonio, mais a masturbação foi desaprovada e colocada como grande tabu.

Sabiam que pessoas que se masturbavam eram elegíveis a pena de morte junto com homossexuais e os blasfêmios? Isso acontecia no século 17.

Mas logo depois houve todo um trabalho anti-masturbação.
 

O movimento anti-masturbação...

Nos séculos 18 e 19, foram criados até acessórios e aparelhos que impediam a masturbação, como anéis penianos com garras por exemplo, de modo a evitar uma ereção continuada.

Nessa época alguns médicos afirmavam e descreviam a masturbação como causadora de problemas e vários sintomas.

Entre eles: vício, cegueira, convulsões etc.

Já lá pelo século 20, pesquisadores muito importantes para os atuais estudos da sexualidade, Master & Jhonson e Alfred Kinsey, trouxeram dados relevantes sobre os comportamentos sexuais dos nortes-americanos.

Eles revelaram, com números, que a masturbação se faz presente em grande parte da vida das pessoas independente de ter parceiros, frequência ou satisfação sexual.
 

A masturbação não substitui uma relação sexual.

Quando falamos de relações, ainda que sejam em sexo casual, as relações são desejadas pela troca e interação entre as pessoas envolvidas, além da diversidade de estímulos.

Ela não necessariamente se encaixa como uma atividade compensatória, mas complementar.

Ela é uma prática que inclusive hoje é defendida e indicada pela OMS como fonte de prazer nesse momento em que vivemos a pandemia do Corona vírus.

O mais irônico é saber que foi numa conferência da OMS que a médica Joycelyn Elders defendeu a masturbação e isso lhe custou sua demissão.
 

Os tabus presentes na masturbação

Muitas pessoas me questionam se o hábito de se masturbarem não fará com fiquem viciadas e até percam o interesse pelo sexo.

Outras, dizem que não sabem ao certo como fazer (geralmente mulheres), e isso só comprova e reforça o quanto de tabus ainda estão presentes quando falamos de masturbação.

Não faz sentido tanto tabu relacionado a algo natural e que diz respeito somente a nós e nosso corpo.

Tudo que permeia o corpo no contexto do prazer acaba se tornando tabu e meu papel aqui é te ajudar a se livrar dessas crenças que atrapalham você, sua vida sexual e seu relacionamento.
 

Naturalizar a masturbação traz benefícios as pessoas

Devemos acender a luz de alerta em situações em que a pessoa deixa de fazer suas atividades rotineiras, onde seu cotidiano é comprometido.

Havendo dificuldade para se concentrar, dificuldades na interação familiar e com amigos, dificuldades em ter lazer ou caso apresente lesões nos genitais provocadas no intuito de sentir prazer, é o momento de buscar ajuda profissional por ser sinal de possível sofrimento.

Assim como tudo na vida, precisamos de sabedoria e equilíbrio e com a masturbação não seria diferente.

O que não podemos é rotular um ato tão importante para autoconhecimento e autoprazer como algo que só traz danos e totalmente pejorativo.

Naturalizar a masturbação só traz benefícios as pessoas praticantes além de livrá-las da culpa do auto prazer e levá-las a ter relações sexuais mais prazerosas, além de contribuir para o aumento de repertório sexual que, como consequência, ajuda o casal que está em processo de habituação e com a relação morna por causa da rotina.

Meninas também se masturbam!

Esse processo de naturalização precisa incluir o fato de que as meninas também se tocam e não somente estimular os meninos a manipularem seus pênis.

É muito importante desconstruir a ideia de que mulheres não sentem prazer nem tem vontade de transar ou se masturbar.

Esse tabu principalmente sobre a masturbação e corpo feminino contribui para possíveis disfunções e inadequações sexuais na vida adulta pela falta de autonomia, conhecimento e pelas crenças impostas de modo errado, preconceituoso e pautado no medo.

Além de proporcionar autoconhecimento, ela é indispensável para a busca de satisfação sexual.
 

Entre em contato com seu corpo!

Aproveite não só o mês de maio, mas sempre que possível entre em contato com seu corpo e com seu prazer.

Ou vai querer continuar aí com esse sexo meia boca? Você merece muito mais prazer.

Se joga e goza!