Vamos falar sobre Sexo Anal

25/06/2024 às 18:26:07 (há 4 meses)
Saúde


Um dos assuntos mais pedidos pelos seguidores é o famigerado sexo anal. E já aviso que não… não é uma prática somente de homens gays.

Mas para começar, a gente precisa entender um pouco da história do anal. Vamos lá?
 

A História do sexo anal

Nos anais da história, foram encontradas evidências de que o sexo anal é de fato uma prática antiga.

Na América Latina, há diversas descobertas de esculturas de pequenas figuras humanas em atos sexuais vaginais, orais e anais.

Essas figuras pertenciam a sociedades pré-hispânicas que habitavam o continente americano antes da conquista e colonização pelos espanhóis.

Foram encontradas à noroeste da Cidade do México, onde vivia a cultura Tlatilco, pequenas representações de figuras humanas tendo relações sexuais, datadas do ano 1000 A.C.

Descobriu-se também, na costa norte peruana, esculturas de figuras humanas em relações sexuais orais, vaginais e/ou anais.

Tais figuras pertenciam à cultura Mochica, datadas do ano 700 D.C..

Na Colômbia, foi encontrada uma pequena escultura em cerâmica da cultura Tumaco-La Tolita que representava um homem com dilatação anal.

Na Europa, há registro de práticas sexuais anais na Roma Antiga.

Mesmo os historiadores afirmando que os romanos eram abertos a diversas práticas sexuais, haviam restrições para a prática anal, de acordo com o status que cada pessoa tinha na sociedade: a passividade nos homens (ser penetrado analmente por outro homem) era considerado um ato feminino e condenável.

Devido a influência da igreja católica na Idade Média, a prática anal era condenada porque se considerava que o sexo devia ser entre homens e mulheres, apenas para fins reprodutivos.

No entanto, especula-se que integrantes do clero, que se supunham celibatários, praticavam relações sexuais anais.

Atualmente, a prática anal não é considerada mais condenável, mas ainda existem tabus que estigmatizam este tipo de relação sexual.

Por exemplo, acredita-se que apenas homens homossexuais usufruem deste tipo de sexo, desconsiderando a experiência para heterossexuais ou lésbicas”. (Fonte:
Clue).

 

Tabus e preconceitos

Assim como várias, ou até mesmo quase todas as práticas sexuais, a pornografia pode ser considerada responsável por contribuir para a popularização da prática sexual anal e por não retratar a realidade de um bom sexo, atrapalhando quem quer tentar.

Existem vários tipos de tabus e preconceitos relacionados à prática.

Muitas pessoas têm medo de contrair doenças, de “fazerem sujeira” na hora e, se são homens héteros, ainda que tenham vontade de receber estímulos anais, o medo de ser “coisa de gay” rodeia os pensamentos.

Há quem tenha medo de se machucar e ficar com o c* frouxo (acreditem, recebo mensagens, com frequência, de gente com esse tipo de medo).

Para ajudar a deixar a prática mais confortável, é importante tentar se livrar de vários ou, até mesmo, de todos esses tabus.

É necessário também se lembrar que ânus é uma região comum no corpo de todas as pessoas e que possui terminações nervosas.

O ânus tem potencial de prazer para todas as pessoas dispostas a experimentar o sexo anal.

Mas para que seja bom mesmo, é importante, além de se livrar dos tabus e preconceitos, termos um pouquinho de conhecimento sobre a própria anatomia do ânus, também termos alguns cuidados básicos que passarei aqui para que vocês possam explorar ao máximo o sexo anal.

 

 A prática independe da orientação sexual

C* não define orientação sexual. Essa é a primeira questão a ser lembrada.

Isso não significa que os homens héteros que também querem sentir prazer anal sejam gays (não que isso seja um problema).

Assim como homens héteros, que gostam de penetrar suas parceiras, sejam gays enrustidos (sim, já ouvi isso em atendimento).

Mulheres héteros e lésbicas também podem sentir prazer anal.

Trago essas informações justamente para reforçar que a preferência pela prática independe da orientação sexual.

Porém, um outro tabu que também rodeia a prática, é o medo de “fazer sujeira” durante o sexo anal.

E, para ajudar a quebrar esse tabu, vamos entender um pouquinho da parte anatômica?

 

O ânus, o reto e o esfíncter anal.

Conhecer e nomear as partes do corpo relacionadas às funções e características do sexo anal é importante.

Essas são as partes relacionadas ao anal: ânus, reto e esfíncter anal.

O ânus é o orifício ao final do tubo digestivo, por onde é evacuado o material da defecação, ou seja, por onde saem as fezes.

O ânus é composto pelo intestino e por capas de pele (de terminações nervosas que o fazem especialmente sensível).

O reto é a parte final do tubo digestivo e está acima do ânus; é uma região pouco sensível.

O esfíncter anal é um anel muscular que mantém o ânus fechado, controlado por um sistema nervoso autônomo, mas é possível contrai-lo ou relaxá-lo voluntariamente.

Sabendo isso, fica mais fácil entender que o ânus na verdade serve de passagem para as fezes, logo o ideal é fazer o anal quando você já fez suas necessidades, evitando assim qualquer “acidente de percurso”.

Além disso, é importante lembrar que todas as pessoas estão sujeitas a isso e, caso aconteça, é necessário agir com naturalidade.

 

A tal da chuca!

Ao contrário do que muitas pessoas pensam, não exatamente favorável, a tal “chuca” é muito famosa e conhecida pelos praticantes assíduos do sexo anal.

A “chuca” ou lavagem no interior do ânus, se feita com frequência (e dependendo da água ou produtos utilizados), pode comprometer a microbiota anal e até intestinal.

Este tipo de procedimento pode atrapalhar o funcionamento do intestino e da flora intestinal, porque o jato de água pode ir muito além do canal do reto e a limpeza muito profunda não é necessária para o sexo anal.

Além disso, a microbiota, mucosa da região, pode ser afetada e prejudicada.

Por isso, antes de fazer a “chuca”, procure entender melhor sobre o procedimento e cerque-se de todos os cuidados, caso queira fazê-la.

Lembre-se, o bem da sua saúde deve estar sempre em primeiro lugar.

 

Dicas para um sexo anal seguro!

Usar preservativo é indispensável para prevenir a contaminação por Ist’s e também para evitar que bactérias fiquem alojadas no pênis, trazendo complicações para os homens, ou para que não haja contaminação na vagina da mulher penetrada após o sexo anal.

O lubrificante é outro item indispensável e que ajuda a minimizar a dor, pois o ânus não tem lubrificação na região.

Além disso, ajuda a evitar fissuras anais que podem facilitar Ist’s e também se tornarem desconfortáveis.

Jamais use anestésicos! Atenção nessa parte.

Se o tabu do medo de fazer sujeira te atormenta, usando anestésico é que a coisa pode “desandar”.

Explico: com o anestésico você perde toda a sensibilidade e controle do esfíncter! E aí, como você vai controlar para “não sair” sujeira?

Além disso, não faz sentido algum anestesiar a região… sendo que o objetivo é sentir prazer e anestesiar tira completamente essa possibilidade.

Para isso, existem géis especialmente desenvolvidos para isso!
 

Quem é penetrado é que conduz o ritmo!

E para finalizar: quem é penetrado é quem conduz o ritmo e o quanto será penetrado.

Isso vale para homem ou mulher. Preste atenção na dor, pois ela é um limitador de até onde você consegue ir naquele momento.

Com essas dicas e desconstruções de tabus, tenho certeza de que você consegue tentar o sexo anal e com grandes chances de muito prazer.

 Se joga e goza!